Search This Blog

Thursday, February 5, 2009

Ousadia

Titulo: Vom Kriege (Da Guerra)
Autor: Generals Carl Von Clausewitz
Data: Berlin 1832

A OUSADIA

"O seu lugar é em oposição à previdência e prudência.

...é um impulso nobre, a mais nobre das virtudes, o aço verdadeiro que dá à arma o seu gume e brilho, com a qual a alma se eleva acima dos mais formidáveis perigos, deve ser considerado um princípio activo que pertence particularmente à guerra.

...é necessário sobre o espaço, tempo, a quantidade e ainda uma certa % que a ousadia vencerá sobre a fraqueza dos outros sempre que alcançar o domínio... a ousadia é pois virtualmente um poder criativo...

...todas as vezes que a ousadia se defronta com a hesitação, a probabilidade do resultado é, por necessidade, a seu favor, porque o próprio estado de hesitação implica já uma certa perda de equilíbrio. Só quando se defronta com a cautelosa prudência (que podemos dizer ser igualmente arrojada e, em todas as instâncias, tão forte e poderosa como ela mesma) que a ousadia está em desvantagem, porém raramente acontece.

...de toda a multidão de homens prudentes no mundo, a grande maioria são-no por timidez. Entre as grandes massas a ousadia é uma força, cujo o especial cultivo não pode nunca ter feito em detrimento das outras forças, porque a grande massa é bem provável que tenha uma vontade mais alta como moldura e charneira da ordem de batalha e do serviço e por isso é guiado por um poder inteligente externo. A ousadia, aqui, nada mais é que uma nascente que está dominada até que a sua acção seja necessária.

Quanto mais alta é a patente tanto mais necessário é que a ousadia seja acompanhada por um espírito reflectivo, para que não se torne uma simples e cega explosão de paixão, sem nenhum propósito, porque com a elevação da patente é menos um caso de auto-sacrifício e mais um caso de preservação dos outros e do bem de todos. Onde os regulamentos de serviço, como uma segunda natureza, prescrevem leis para as massas, a reflexão deverá ser o guia do general e no seu caso particular a ousadia na acção pode, facilmente, tornar-se defeito (contudo é um belo defeito, e não deve ser considerado a mesma luz de qualquer outro).

...um exército onde uma ousadia intempestiva frequentemente se manifesta é uma crescença exuberante que denota um rico solo. Até a temeridade, que é ousadia sem objectivo, não deve ser desprezada, de facto, é a mesma energia de sentimento, apenas que é exercida com uma espécie de paixão sem qualquer cooperação das faculdades inteligente. Só quando ele ataca com as raízes da obediência, quando trata com desprezo as ordens de autoridade superior é que deve ser reprimida como um mal perigoso, não por causa de si mesma, mas por causa do acto de desobediência, porque nada há na guerra de maior importância do que a obediência."

11 comments:

  1. Nao é ser ousado escrever no blogue de César, que é lido por 4 amiguinhos e onde mais de metade das reacçoes dos leitores pertence ao dono do mesmo blogue!

    Esta sua ousadia chegou tarde demais, pois ja ha alguém que cita ha varios anos, com palavras proprias e adaptadas o ensino de Clausewitz!

    Copiar qualquer um sabe! O que interessa é a gente forjar conceitos proprios, inventar um discurso proprio, tendo como base a leitura dos classicos.

    E' o que faço, aqui, (quantos autores citei nestas pequenas frases?!!) e em tudo o que é a Net crioula!

    Você abre uma porta que ja estava escancarada!

    Al Binda

    ReplyDelete
  2. Al Binda,

    Estou completamente de acordo consigo, no que toca a necessidade de se "...forjar conceitos proprios, inventar um discurso proprio, tendo como base a leitura dos classicos.".

    Naturalmente, compreendo o seu comentário, embora esteja convicto de que só pelo facto de não me conhecer tecer tais comentários. Sou um discípulo convicto da criação própria, aliás basta ler o cabeçalho do meu Blog e algum do seu conteúdo.

    Todavia, permita-me informar que não tenho pretensões nenhuma com o que escrevo, muito menos com as suas interpretações. Para mim defender a criação, o raciocínio e o pensamento próprio não me inibe de rescrever quem ache que vale a pena ser citado. Não é por acaso a mensão clara ao Autor e as devidas aspas no seu lugar.

    Não faço comentários quanto ao que referiu do César, pois conheço-o pessoalmente e digo-lhe (a si), que a sua (do César) qualidade enquanto ser humano, inteligência, maturidade e capacidade não compactua com qualquer tentativa minha de lhe responder a tais comentários.

    Emílio Fernandes Rodrigues

    ReplyDelete
  3. eu não tenho comentário ao artigo, mas gostaria de fazer uma pergunta ao nosso amigo Al Binda:
    Você é amigo do César?
    eu fiquei com aimpressão que sim porque se diz que o seu blogue é lido por 4 amigos é porque já entrou no blogue e só pode fazer parte destes 4 amigos do gajo. pois se nunca entrou, não pode tambem afirmar que o blogue do Cesar é lido por 4 amigos. Já agora eu recomendo-lhe o seguinte: sempre que entrar no Bianda, dá a sua contribuição. acredito que deve ter algo de inteligente e inédito para dizer.
    quanto ao seu texto Emílio(muito filosófico, a meu ver) , a única sugestão é que fosse menos longo e com uma linguagem mais acessivel, talvez assim evites comentários idênticos ao do nosso amigo Al binda, que ao meu ver queria te atingir através deste texto que não tinha muito comentário por fazer.

    LailaCV

    ReplyDelete
  4. Cláudia,

    O texto não é meu, apenas achei interessante divulgar a perspectiva bélica do Generals Carl Von Clausewitz, na sua obra, Vom Kriege.

    Mandei um link deste post na sequência do texto do César, porquê achei interessante trazer a questão da ousadia para a discussão pela ruptura que é necessária face a este sistema de Leões e Reis.

    ReplyDelete
  5. Emílio obrigada pelo esclarecimento, mas não sou Claudia.
    Sou Laila mas não Cláudia

    ReplyDelete
  6. Emilio, para se fazer uma critica nao é necessario conhecer o outro. Nao preciso de o conhecer, até porque nao é a sua pessoa que critico, mas sim a sua produçao intelectual, que no caso, era tao somente a copia de um trecho de uma obra classica.

    Alias, você acabou por me dar direito.

    Quanto à Laila, nao tenho que conhecer também César e nao tenho que ser amigo ou nao dele! "4 amigos" é uma expressao, que até coincidirá com a verdade dos factos;

    A Leila diz-me para eu escrever no blogue do César. Ora, estou a ver que ja ganhei uma nova leitora; digo isto porque pela sua reacçao estou a ver que ainda nao me tinha lido! E' que escrevo em todo o lado da Net Crioula, inclusivé no blogue do César, onde mal critiquei o que ele escreveu ele entrou em crise.

    Alias o César que parece ser um rapaz desinibido e porreiro, tem um problema com o contraditorio. Basta alguém criticar o rapaz, ele começa a dizer disparates de que "aqui eu é que mando; nao quero ser democrata; ou entao hoje nao estou para ler coisas que nao sao do meu agrado, logo ja censurei o seu post, ou para a proxima censurei o seu post".

    Pois é Laila, fui censurado no César, que diga-se de passagem é um ingrato que pensa que me atingiu; digo que ele é um ingrato, pois, o seu blogue, so atingiu mais de 30 posts de reacçoes, chegando mesmo quase aos 50 se nao estou em erro, quando eu escrevvia ali.

    Alias é como aqui, neste blogue, acabo de chegar ja estou a provocar debate. E' assim que gosto, de provocar os outros para reagir, para emitirem opinioes, para me contradizerem, mas nao para me censurarem.

    Enfim, Emilio, se quiser dar provas de ousadia, abra livremente este espaço à critica livre sem controlo de registo administrativo dos leitores, porque isto da Net nao é nenhum cartorio.

    Isso é que é prova de ousadia, como provoquei o César a fazer, mas que ele nunca fez. Outros fizeram-no. Va ver os outros bloques de gente aberta como Edy, Nhu Naxu, Redy qye chegou mesmo a fechar as portas por causa de mim, mas que corajoso acabou por voltar ao mundo aberto do NET.

    Faça isso, e ha-de ver que me terá aqui para debates em torno de classicos como esses que cita no seu curriculum, e que ja citei ha muito tempo no Semana, amidjabraba.com e tantos outros lugares por onde passo.

    E' o meu combate, como diria Clausewitz, na minha adaptaçao.

    Mas deixe-me dar-lhe os parabéns pelas suas referências de leitura. E' esses mestres que você tem como referência que poderemos provocar todos os dias a Ousadia!

    Al Binda

    ReplyDelete
  7. Desculpa Laila, foi um lapso meu. Aproveito ainda para louvar o teu post e sugestões, pois, tomei boa nota das "dicas".

    Sds,

    ReplyDelete
  8. Al Binda,

    abstenho-me de falar de terceiros e tudo o que não seja discurso de conteúdo onde todos possamos ganhar mais conhecimentos.

    Tudo o que for debates e troca de pontos de vistas sobre matérias que não "difamação", "injuria" e "calúnia" a pessoas individuais, conte comigo para discussão de temas e assuntos diversos, aos quais me sentir capaz de pronunciar a respeito.

    Bem haja,

    ReplyDelete
  9. Viu algo nos meus escritos que tenha a ver de perto ou de longe com estas suas palavras?:

    "difamação", "injuria" e "calúnia"

    Ou será que tenho à minha mais um susceptivel que ainda nao sabe o que é liberdade de criticar?

    Claro que num debate aberto ha sempre um terceiro, um quarto e um quinto. Caso contrario nao teriamos referências e citaçoes.

    Quando você cita Clausewitz no seu texto, ja tem uma terceira pessoa, quarta e etc. Você que escreve, Clausewitz e os leitores.

    Para alguém que tem como referências o mestre Tucidides, estou a ver que está com prloblemas de encetar o debate. Ou prefere a estratégia indirecta de Sun Tsé?

    Entao, venha homem, porque sou um especialista de klapada, quer dizer mestre no desiquilibrio do meu adversario!

    Al Binda

    ReplyDelete
  10. Al Binda, referia-me ao que pode vir...

    de todo o modo, apesar do meu caro não gostar muito de citações (embora as faça) mais uma vez recorro-me ao nosso amigo Generals Carl Von Clausewitz, para dizer-lhe de que: "…a destruição das forças militares do inimigo, o derrubar do poder do inimigo, só pode ser alcançado através do efeito de uma batalha, quer ela se realize efectivamente, quer seja apenas proposta e recusada."

    Pois, meu caro, não jogue comigo o desafio de intentar uma possível cobardia minha ou recusa de publicação dos seus comentários como forma de se sentir vencedor de algo. Ou o jogo em tentar conduzir-me a um duelo, para salvaguardar a virilidade.

    de todo modo, como já lhe havia dito, bem haja ao meu blog.

    ReplyDelete
  11. Onde é que viu escrito que eu nao goste de citaçoes? O que eu escrevi é que temos que ter o nosso discurso proprio com base nos classicos.

    Para se mostrar que a gente compreendeu bem a liçao e que conhecemos os nossos classicos temos que ter a nossa proppria gramatica, a nossa propria lingua.

    Por exemplo eu cito sempre de memoria e é o que vou fazer parafraseando o general C.: para se atingir o objectivo previamente estudado ha que destruir o exercito do adversario.

    Ou entao: ha ter que o inimigo sempre debaixo do olho.

    Mas prefiro ainda melhor o Sun Tsé e o conhecer antecipadamente o adversario para se poder ganhar as 100 batalhas que tiver que ter fazer.

    E nao esteja a tentar adivinhar o meu pensamento, porque nunca utilizei expressoes nem no meu espirito que tenham a ver com a sua "cobardia". Ainda nao chegamos la. A guerra psicologica é outra vertente da estratégia e repito: conheço os meus classicos sem os citar copiando palavra por palavra.

    Al Binda

    ReplyDelete