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Monday, April 14, 2008

Teoria da Liderança de FIEDLER II

Aplicabilidade da Teoria

A teoria apresenta alguns pontos fracos, nomeadamente:

- Para uma maior sofisticação do modelo, seria necessário um maior número de variáveis;
- No que respeita ao uso prático do modelo, o questionário LPC poderá não ser bem percebido pelos respondentes, o que enviesará o resto do estudo (uma vez que o perfil obtido poderá não coincidir com o real perfil do líder);
- Para além disso, e ainda respeitante à aplicação prática do questionário, estudos demonstraram que as respostas ao questionário não são estáveis (ROBBINS, Stephen, 1996, Organizational Behavior, USA, Prentice Hall International Editions, pp423);
- As variáveis contingenciais não são fáceis de medir, uma vez que não são directamente observáveis nem quantificáveis, havendo sempre uma certa ambiguidade;
- Investigações em campo demonstraram resultados contrários à teoria (GREENBERG, Jerald, BARON, Robert A. , Behavior in Organizations, sixth edition, International Edition, Prentice Hall, 1995, pp 453).

Contudo, Fiedler deu uma grande contribuição para o estudo do processo de liderança:

- A contribuição mais importante do modelo de Fiedler reside no facto de este estudo ser pioneiro no estudo da importância das variáveis contigenciais no processo da liderança. Muitas dessas variáveis continuam ainda a constituir pilares importantes das mais recentes teorias da liderança.
- A teoria revela-se útil ao sugerir diversos modos de aumentar a eficácia dos processos de liderança;


Para concluir, a noção de contingência permite-nos pensar no líder não de uma forma tão simplista com estamos habituados a pensar (leaders are born, not made). Não nos podemos restringir às noções de inteligência e personalidade, porque um líder nunca poderá sê-lo isoladamente. Não interessa só a sua pessoa, o seu perfil. Pelo contrário, a liderança é um processo que requer obrigatoriamente o controlo das relações intra-grupais, fazendo-se uso do poder formal que nos é concedido para gerir da forma mais eficaz as tarefas e funções no seio de uma organização. Todos estes aspectos são exteriores ao indivíduo. Daí a necessidade de avaliar não só o perfil de um líder, mas também a situação contextual em que ele se insere. Quantos de nós já não se sentiram incapazes de trabalhar eficazmente em grupo sabendo que temos capacidades para isso? Quantos de nós já não verificaram resultados excelentes num trabalho em grupo, parecendo-nos que as coisas se conjugaram na perfeição e correram pelo melhor?

Os estudos de Fiedler vieram abrir as portas para uma nova visão destes aspectos, nunca antes considerados.

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